NECESSIDADE: Identificar o vínculo de paternidade e reivindicar herança ou pensão alimentícia.
SERVIÇO: Recorrer à Justiça para confirmar a paternidade e solicitar pensão alimentícia do pai ou da mãe.
Antes de falarmos sobre a ação de
investigação de paternidade 🧬, é essencial entender o
que significa “filiação”. De forma simples, filiação é o vínculo entre pais e
filhos 👨👩👧, que pode ser biológico,
afetivo ou apenas registral. Esse direito é tão importante que ninguém pode
abrir mão dele — saber de onde viemos é uma necessidade humana profunda 💭.
O reconhecimento da paternidade não afeta só o coração ❤️,
mas também traz consequências legais, sociais e materiais, como o direito ao
nome da família, pensão alimentícia 💰 e herança 🏡.
Quando uma criança é registrada
apenas pela mãe, sem a presença do pai, a certidão de nascimento sai sem o nome
paterno 📝. Se a mãe informar ao cartório quem seria o
pai, essa informação é enviada ao juiz da Vara de Registros Públicos por meio
de um documento chamado “Termo de Alegação de Paternidade” 📄.
Se o homem indicado reconhecer o vínculo, o nome dele é incluído no registro.
Mas se ele negar ou não aparecer, o caso vai para o Ministério Público, que
pode iniciar um processo gratuito para comprovar a paternidade com teste de DNA
🧪.
Em situações mais complexas, essa
investigação pode durar até seis meses ⏳, envolvendo provas, audiências e testemunhas. A ação
pode ser iniciada pela mãe ou pelo próprio filho, se já for maior
de idade. O pai é chamado para depor e, se
continuar negando, o caso pode ir a julgamento ⚖️. Durante o processo, são
colhidos depoimentos e, se necessário, o teste de DNA é solicitado como prova
final. O DNA funciona como uma identidade genética única, capaz de indicar com
99,9% de precisão quem são os pais de alguém 👨👦. Quando há
coincidência entre os dados genéticos de duas pessoas, é possível concluir com
segurança que existe vínculo de paternidade.
Neste post, estamos tratando
especificamente dos casos em que a pessoa não foi registrada com o nome do pai,
tendo apenas o nome da mãe na certidão 👶. Existem várias razões
para isso: o pai pode ser desconhecido, pode haver dúvida sobre quem ele é, ele
pode ter falecido antes do nascimento ou não ter relação formal com a mãe. A
filiação, em regra, é comprovada pela certidão de nascimento. Mas quando o pai
não reconhece o filho ou a mãe não informa quem ele é, é possível recorrer à
Justiça com a ação de investigação de paternidade ⚖️🧬.
Quando o teste de DNA dá positivo
🧬,
o pai geralmente reconhece a paternidade perante o Ministério Público. Esse
reconhecimento é então enviado ao cartório para que o nome do pai e dos avós
paternos sejam incluídos na certidão de nascimento da criança 👨👩👦.
Mas, se o pai se recusa a reconhecer o filho mesmo com o exame confirmando o
vínculo, é necessário entrar com uma ação judicial para que esse reconhecimento
seja feito por decisão do juiz ⚖️.
Entre os processos que passam
pelo Judiciário na área do Direito de Família, a investigação de paternidade é
uma das mais difíceis quando se trata de reunir provas 📚.
Por outro lado, foi também uma das que mais se beneficiou com os avanços da
ciência, especialmente com os testes genéticos, que ajudam muito a comprovar os
laços familiares 🔍.
O ponto de partida dessa ação é a
chamada “causa de pedir”, ou seja, o motivo que justifica o processo. Mesmo que
o Código Civil liste situações específicas para o reconhecimento da filiação, o
que realmente importa é que tenha havido uma relação sexual entre os pais do
investigante ❤️. Não é necessário que a mãe tenha vivido com o
suposto pai, nem que ele tenha reconhecido a paternidade por escrito — basta
alegar e provar que houve contato íntimo entre os dois.
Como esse tipo de relação costuma
acontecer de forma privada, sem testemunhas, provar que ela existiu é um grande
desafio 😕. Afinal, o autor da ação (geralmente o
filho) não participou diretamente do ato, sendo apenas consequência dele. Por
isso, é preciso equilibrar a responsabilidade das provas: não dá para exigir
que o autor prove algo tão difícil, nem que o réu consiga demonstrar que o fato
nunca aconteceu 🤷♂️.
A prova testemunhal é usada para
mostrar que o casal foi visto em situações que indicam um vínculo afetivo,
sugerindo que o contato íntimo pode ter ocorrido 👀. Já a defesa do réu,
muitas vezes, tenta alegar que a mãe teve outros parceiros na mesma época, o
que acaba por atacar sua imagem e liberdade sexual, como se isso fosse um
obstáculo para o reconhecimento da paternidade 😔.
No passado, os exames periciais
se baseavam apenas em grupos sanguíneos, o que não ajudava muito. Mas com o
avanço da genética, os testes de DNA se tornaram extremamente precisos e
confiáveis, com índices de acerto altíssimos 💯. Isso ajudou a proteger
a liberdade da mãe, já que a alegação de vida promíscua perdeu força como
argumento para negar a paternidade.
Mesmo assim, o exame de DNA
enfrenta dois obstáculos: primeiro, ele só pode ser feito se o suposto pai
aceitar participar, pois ninguém pode ser obrigado a fazer o teste — isso seria
contra o direito à integridade física garantido pela Constituição 🛑.
Segundo, o exame é caro e não é pago pelo Estado em muitos lugares. No Rio
Grande do Sul, por exemplo, existe um exame gratuito feito pelo Serviço Médico
Judiciário, mas ele usa um método menos preciso 😬.
Se as partes não têm dinheiro
para pagar o teste, a perícia acaba sendo dispensada, o que enfraquece as
provas e pode levar à rejeição da ação. E isso não é justo. Como se trata de um
direito personalíssimo — ligado diretamente à identidade da pessoa — a ausência
de prova não pode beneficiar o réu e prejudicar o autor. Mesmo que o réu se
recuse a fazer o exame, isso não pode ser usado como desculpa para negar o
pedido por falta de provas 🚫.
Além disso, a alegação de que não
há recursos para pagar o exame também não deveria impedir sua realização. Há
leis que determinam que o Estado deve arcar com os custos, e decisões judiciais
que autorizam o juiz a exigir que o exame seja feito com verba pública 🧾.
O que não pode acontecer é a
falta de prova — seja por omissão do réu ou por falta de recursos — impedir que
alguém descubra sua origem familiar. No processo penal, a ausência de prova
leva à absolvição, mas no processo civil isso não pode significar uma sentença
definitiva de improcedência ❌.
Existem precedentes legais que
mostram que, quando uma ação é rejeitada por falta de prova, ela não impede que
outra seja proposta com novas evidências. Isso vale especialmente para ações
que envolvem o estado da pessoa, como a investigação de paternidade 👶.
Se o réu ou o Estado não
colaboram para que a prova seja feita, não há como o juiz formar uma convicção
segura. E isso não pode ser usado para afirmar que o réu não é o pai. O que
houve foi apenas uma impossibilidade de provar o vínculo naquele momento.
Mesmo que o processo tenha como
objetivo aplicar a lei e resolver conflitos, o interesse de um filho em
conhecer sua origem deve prevalecer. A Constituição protege a família e garante
à criança o direito à convivência familiar 👨👩👧👦.
O Estatuto da Criança e do Adolescente também afirma que o direito ao
reconhecimento da filiação é indisponível e imprescritível 📜.
Esses direitos são mais
importantes do que o princípio da coisa julgada, que não tem base
constitucional. Por isso, não se pode impedir que alguém recorra à Justiça para
buscar o reconhecimento da paternidade só porque, naquele momento, não foi
possível apresentar provas suficientes.
Diante disso, é preciso repensar
a forma como os tribunais têm decidido esses casos. Não cabe uma sentença que
negue definitivamente o pedido e cristalize a ideia de que não existe vínculo
familiar. O que houve foi uma falha na produção de provas, e isso exige que o
processo seja encerrado sem julgamento do mérito, permitindo que a ação seja
retomada futuramente com novas evidências 🔁.
Essa solução — chamada de
sentença terminativa — garante que o autor possa voltar à Justiça com melhores
condições para provar o vínculo mais importante da vida: o de pai e filho ❤️.
A averiguação de paternidade é um
procedimento inicial, feito fora da Justiça, de forma consensual e gratuita 🧾.
Ele serve para confirmar a paternidade de maneira simples e rápida, sem
precisar abrir um processo judicial contra o suposto pai 👨👦.
Já a investigação de paternidade é uma ação judicial ⚖️,
usada quando o homem apontado como pai se recusa a colaborar fora do tribunal,
não aceita fazer o teste de DNA ou, mesmo com o resultado positivo, não
reconhece a criança.
O teste de DNA é a forma mais
segura de provar se alguém é ou não o pai da criança 🧬.
No entanto, o juiz não pode obrigar ninguém a fazer o exame. Mas, se houver
recusa, a Justiça pode entender que essa atitude indica que ele é, de fato, o
pai — uma presunção legal 👀.
Se o filho tiver menos de 24 anos
e estiver estudando 🎓, é possível pedir
pensão alimentícia junto com o reconhecimento da paternidade. Já o direito à
herança só pode ser reivindicado após o falecimento do pai ⚰️.
A colaboração do suposto pai é
essencial, mesmo que ele more em outra cidade 🗺️. Nesse caso, a coleta
do material para o exame pode ser feita onde ele reside. E se não se souber
onde o pai está, o juiz pode usar dados de empresas de luz, água, telefone,
cartões de crédito e registros eleitorais para tentar localizá-lo 🔍.
João Neto
👨⚖️
Advogado
📧
contato@jnjur.com.br
🌐
www.jnjur.com.br
📚 Fontes consultadas:
🔹
MundoAdvogados
🔹
JusBrasil
🔹
Ministério Público do Paraná (MPPR)
🔹
IBDFAM – Instituto Brasileiro de Direito de
Família
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